Eu não vi a princesa no 13 de maio de 1888
Eu não vi a princesa no 13 de maio de 1888
Eu acordei cedo, muito antes das oito,
Mas não houve jeito de ver a princesa
Naquela festejada tarde de 88.
Mal rompia a alvorada e estávamos todos de pé
Partimos da Escola da Cancela, eu e os malungos,
Com flores e saudades todos juntos,
A saudar Ferreira de Menezes no Francisco Xavier.
Na volta, a cidade era só animação, com o sol a estourar
Ao Paço Imperial dirigira-se Isabel, a princesa
Ao piano, Dona Cacilda de Souza e seus acordes de inegável
beleza
Enquanto Vasques maquinava alguma coisa para no palco encenar.
Rebouças, Patrocínio e Vicente de Souza, eu bem sabia que estavam
lá
Mas também havia muita gente com quem confraternizar pelas
bandas de cá
Tipógrafos, cocheiros, artistas, quitandeiras, todo o pessoal
que se pôs a lutar
Aquele foi um dia tão nosso que até o Caramujo de Assis
resolveu participar.
É por isso que quando me perguntam:
“Você viu a princesa em 1888?”
Eu logo respondo:
Que nada! Deixa isso pra lá!
Eu bem sei que não levo jeito para a poesia, mas hoje me deu vontade de experimentar. Então, para rebater meus versinhos, leia a crônica de Machado de Assis de 14 de maio de 1893.
Eu bem sei que não levo jeito para a poesia, mas hoje me deu vontade de experimentar. Então, para rebater meus versinhos, leia a crônica de Machado de Assis de 14 de maio de 1893.
http://blogueirasnegras.wordpress.com/2013/05/06/blogagem-coletiva-125-anos-de-abolicao/ |
Ana
ResponderExcluirMuito boa a sua humildade, afinal, fizeste um poema com rima e métrica e não sabe? Sei, quando souber, então, será prêmio revelação.
Sigamos porque hoje 125 anos depois e um dia a ausência de políticas de integração em 1888, não permitem que fique no deleite das boas coisas da vida e siga na labuta no canaviais e senzalas transfigurados, mas tanto quanto, opressores.